Cintilografia renal com ácido dimercaptossuccínico marcado com tecnécio no dianóstico da pielonefrite na infância: estudo de 17 casos / Renal scintigraphy using technetium dimercaptosuccinic acid in the diagnosis of pyelonephritis in children: study of 17 cases

Objetivo: a infecção do trato urinário é uma das doenças bacterianas mais frequentes em pediatria. O envolvimento infeccioso renal (pielonefrite) pode evoluir com formação de cicatriz renal irreversível com consequente perda funcional e dano renal progressivo. Estudos recentes sugerem que até 50-60 por cento das cicatrizes renais poderiam ser evitadas ou atenuadas com o diagnóstico precoce da pielonefrite. O objetivo deste estudo é determinar se a presença de alterações na cintilografia renal com DMSA na fase aguda da infecção urinária pode ser indicadora de pielonefrite. Métodos: empregamos a técnica de washout em 17 meninas portadoras de infecção urinaria como padrão-ouro na localização do sítio da infecção. Todas as crianças realizaram cintilografia renal com DMSA na fase aguda da infecção. Os resultados foram analisados pelo teste do qui-quadrado ou de Fischer. Resultados: a cintilografia renal com DMSA detectou alterações em todos os cincos casos de pielonefrite diagnosticados pelo washout sugerindo envolvimento renal. Observamos também que apenas uma das ciranças com cistite (total = 12 casos) apresentava alterações ao DMSA. Portanto, a sensibilidade especificidade deste estudo com DMSA na fase aguda da infecção foi de 100 por cento e 92 por cento respectivamente no diagnóstico da pielonefrite. Conclusões: a cintilografia renal com DMSA mostrou-se métodos sensível no diagnóstico da pielonefrite aguda em crianças

High frequency of colonization and absence of identifiable risk factors for methicillin-resistant Staphylococcus aures (MRSA) in Intensive Care Units in Brazil

Colonization of hospitalized patients with methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) is of increasing concern. To evaluate this problem in Intensive Care Units (ICUs) in Brazil, we studied 100 patients admitted to two ICUs from april to june, 1997. Of the 100 patients, 70 were male, 53 were age 60 years or older, 55 were previously hospitalized, 78 were transferred to the ICU from other hospital units, 49 had received antibiotic therapy, and 66 had undergone recent surgery. Nasal and axillary swab cultures were obtained on admission and every 48 hours thereafter until discharge. MRSA were identified by plating any cultured S. aureus on Mueller-Hinton agar containing 6µg/ml of oxacillin. At the time of admission, 46 (46 percent) of the patients were colonized with MRSA. No associated risk factors for acquiring MRSA (age, previous hospitalization, prior surgery) could be identified. Of the 54 patients negative for MRSA on admission, 28 (52 percent) became colonized while in the ICU. Sixteen (22 percent) of the 74 colonized patients (colonized either on admission or during ICU stay) had associated respiratory or urinary tract infections due to MRSA, and 9 (56 percent) died. No correlation with special risk factors (invasive procedures, antibiotic use, age, chronic disease) was identified. MRSA occurred frequently, but there was minimal evidence of associated risk factors. Thus, control of MRSA cannot be accomlished by targeting special factors alone, but requires attention to preventing microbial spread in all areas. Of special concern is the high frequency of acquiring the organism in the ICU (52 percent). Education concerning the importance of hand washing, environmental surface cleaning, and barrier protection from infected patients is needed.

Diarréia aaguda em crianças menores de 3 anos de idade: recuperaçäo de enteropatógenos nas amostras fecais de pacientes comparada à de grupo controle / Acute diarrhea in children less than 3 years of age: Enteropathogens isolated in patients'stools, compared with a control group

Objetivos: Observar a ocorrência dos diferentes agentes etiológicos de diarréia aguda (DA) comporando a excreçäo fecal dos mesmos em pacientes e crianças do grupo controle. Material e métodos: Foram estudadas 100 crianças com DA e 100 controle menores de 3 anos de idade no período de novembro de 93 a maio de 94. Foram colhidas amostras de fezes em ambos os gruposs, pesquisando-se os seguintes enteropatógenos: Rotavirus, Escherichia coli (APEC, ETEC, EIEC, EHEC), Salmonella sp, Shigella sp, Campylobacter jejuni, C. coli, Yersinia enterocolitica, Cryptosporidium sp, Giardia lamblia e Entamoeba histolytica. A análise estatística foi realizada pelo Teste exato de Fisher (nível de significância p<0,05). A idade média foi de 12,5 meses, com maior prevalência de DA nos menores de seis meses (35 por cento). As crianças foram atendidas em Pronto Socorro no quinto dia, em média, após o início do evento diarréico. Procediam em sua maioria de residências dotadas de saneamento básico. Predominou diarréia aquosa sobre mucossanguinolenta na razäo de 4:1. Resultados: O Rotavirus foi o agente mais detectado, 21 por cento no grupo com diarréia e 3 por cento nos controles (p=0,0001). A shigela sp foi isolada em 7 por cento no grupo com diarréia e em nenhum caso nos controles (p=0,0140). A Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) foi detectada em 13 por cento dos casos de DA e em 7 por cento nos controles (p=0,2381), porém os sorogrupos clássicos 0,55,0111,0119 foram isolados apenas nos portadores de diarréia. Os demais enteropatógenos näo atingiram freqüências elevadas, ou foram detectados na mesma proporçäo em ambos os grupos. O Rotavirus e EPEC foram os agentes mais detectados nas diarréias aquosas, enquanto a Shigella sp foi o agente predominante nas diarréias mucossanguinolentas. Conclusöes: O Rotavirus foi o agente mais comum determinantede DA. A detecçäo de Rotavirus e Shigella sp quase exclusivamente em pacientes com DA confirmam a maior patogenicidade desses agentes etiológicos, em relaçäo aos demais pesquisados. A pesquisa de Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) por soros polivalente näo confirma o respectivo potencial darreiogênico, por ser isoladada em proporçäo näo significativamente superior nos pacientes com DA. A utilizaçäo dos antisoros monovalentes superior nos pacientes com DA. A utilizaçäo dos antisoros monovalentes possibilitou a detecçäo dos clássicos sorogrupos de EPEC (0111,0119,055) exclusivamente nas amostras de pacientes com DA...

Estudo bacteriológico da secreçäo de orelha média em crianças com otite média secretora crônica / Bacteriological study of middle ear secretion in children with cronical otitis media

Foram submetidos a exame bacteriológico 51 aspirados de secreçäo de orelha média obtidos de 29 crianças com idade entre 1 ano e 8 meses e 12 anos, com diagnóstico de otite média secretora crônica rebelde ao tratamento clínico. Obteve-se crescimento bacteriano em 23,5 por cento das culturas, com predominância do Staphilococcus aureus (41,7 por cento), seguido pelo Streptococcus pneumoniae (16,7 por cento), Haemophilus influenzae (8,3 por cento) e Pseudomonas aeruginosa (8,3 por cento). Näo houve crescimento de bactérias anaeróbias

Faringite estreptocócica: diagnóstico clínico e laboratorial / Streptococcal pharyngitis: clinical diagnosis

As infecçöes estreptocócicas säo de grande importância no nosso meio, e necessitam melhor avaliaçäo diagnóstica uma vez que o diagnóstico clínico apresenta muitas falhas. Com este trabalho, objetivamos estudar o diagnóstico bacteriológico através de cultura. Para isso, estudamos 56 crianças de ambos os sexos no período de junho de 1991 e junho de 1992 na faixa etária entre 3 e 12 anos com diagnóstico clínico sugestivo de angina estreptocócica. A sintomatologia compreendia febre, hiperemia ou dor de garganta, exsudato amigdaliano, adenomegalia satélite e dor abdominal. De todos os pacientes foram colhidos dois swabs de orofaringe e realizado teste rápido através de ELISA para diagnóstico de Streptococcus beta hemolítico do grupo A e cultura...

Estudo da persistência de colonizaçäo em pacientes infectados por Salmonella / Persistence of colonization time in patients infected by Salmonella

A salmonela näo-typhi tem se constituído em importante causa de infecçäo nosocoial no Brasil, atingindo níveis endêmicos em alguns Estados na década de 70 e 80, alcançando principalmente lactentes jovens. Neste trabalho, estudamos prospectivamente 25 lactentes de idade variando de quatro a 180 dias de vida para verificar a duraçäo do período de portador da infecçäo e suas repercussöes clínicas. Após o diagnóstico, estas crianças foram acompanhadas mensalmente, com exames clínicos e com cultura de material obtido de pele, orofaringe, urina, fezes, aparelho geniturinário, narina e conduto auditivo. Dezoito (72%) dos pacientes persistiam colonizados com quatro semanas, dez (40%) persistiam com oito, sete (28%) com 12, quatro (16%) com 16, quatro (16%) com 20 e um (4%) com 24 semanas. Em 11 casos foi feito estudo seriado das amostras isoladas quanto ao biotipo e sensibilidade antimicrobiana. Em todos os casos, os biotipos das bactérias isoladas foram os mesmos durante todo o seguimento, caracterizando-a como da mesma cepa. Concluímos que existe uma persitência de excreçäo da salmonela pelo organismo que pode atingir até 24 semanas. Esta excreçäo pode se constituir em uma fonte de disseminaçäo, tanto através do pessoal de saúde, como no contato interpessoal, intra-hospitalar ou domiciliar. O uso de agentes antimicrobianos näo erradica a salmonela, apesar de melhorar o estado clínico dos pacientes durante a doença aguda